O deputado Lúdio Cabral questiona o que aconteceu com as vacinas enquanto 37 mil pessoas no estado ficaram com a 2ª dose atrasada por falta de Coronavac
Assessoria/ Gabinete
O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) requereu informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES) sobre o destino de mais de 70 mil doses da vacina Coronavac que foram recebidas em Mato Grosso e não foram aplicadas. Lúdio questionou também quais as ações da SES para acompanhar e fiscalizar a vacinação, qual seringa recomendou usar e quantas seringas distribuiu aos municípios.
Lúdio, que é médico sanitarista, analisou os dados das resoluções da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) comparadas com o painel de vacinação do Ministério da Saúde e constatou que, das 623.360 doses de Coronavac recebidas em Mato Grosso até 14 de maio, apenas 553.210 tinham sido aplicadas até 15 de junho, uma diferença de 70.150 doses que não foram aplicadas. Enquanto isso, 37 mil pessoas no estado ficaram com a 2ª dose atrasada por falta de Coronavac.
“Isso é um problema grave que demonstra na prática que essas 70.150 doses se perderam. Precisamos saber da destinação delas e porque isso aconteceu. Se foi perda técnica, por uso de seringas inadequadas, se houve aplicação em outros grupos e isso não foi registrado no sistema de informações, se há atraso no registro. O fato é que, até 15 de junho, 37 mil pessoas estavam com a 2ª dose da Coronavac atrasada e havia 70.150 doses não aplicadas, perdidas. Perdidas onde? O que aconteceu com essas doses? Não podemos perder uma dose sequer das vacinas contra a covid pela urgência de acelerar a vacinação da nossa população”, disse Lúdio.
Com a vacinação a passos muito lentos, há risco do surgimento de novas variantes do coronavírus. Lúdio explicou que a situação atual da pandemia no Brasil e em Mato Grosso, de um platô elevado que se mantém há cinco meses, com alto número de casos novos e de óbitos, é resultado da variante Gamma (P.1), surgida em Manaus.
“A cada dia que são confirmados 1,5 mil casos novos é a decretação da morte de 35 a 40 pessoas duas ou três semanas depois. E isso se naturalizou em Mato Grosso. Temos que conter a transmissão da covid-19 para poupar vidas. E enquanto a vacinação segue lenta, há necessidade de medidas sanitárias adequadas e medidas de isolamento social de acordo com a taxa de incidência da doença na população”, afirmou Lúdio.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, Lúdio Cabral vem monitorando diariamente a evolução da covid-19 em Mato Grosso, com análises gráficas semanais, e alertando o governo sobre as medidas que deveriam ser tomadas para conter a transmissão e organizar o sistema de saúde. Lúdio acompanha também o avanço e a efetividade da vacinação no estado.
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