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Debatedores apontam voto do idoso como ferramenta para reivindicar políticas públicas

Em 2018 os eleitores mais velhos foram 19,41% do total, mais que os votos dados ao terceiro colocado na disputa presidencial


Agência Câmara de Notícias


Foto por: Elaine Menke/Câmara do Deputados

A participação dos idosos nas eleições é essencial para que eles possam cobrar a implantação de políticas públicas para essa faixa etária. O alerta foi dado pelos participantes de audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados, realizada na última quarta-feira (8).

O Secretário Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do governo federal, Antonio Costa, afirmou que faltam políticas públicas para o segmento nos estados e municípios. Ele acrescentou que os orçamentos governamentais destinam poucos recursos a esse público.

O secretário citou a campanha feita junto com o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDI) para estimular os eleitores mais velhos a comparecerem às urnas.

“Por onde eu tenho passado eu tenho levantado essa preocupação, para que o idoso venha realmente a ter o seu direito defendido e o cheque que ele vai ter em branco é o voto, porque através do voto, ele consegue colocar as suas reivindicações, colocar as suas pretensões”, disse.

Outra campanha, dessa vez em parceria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o Tribunal Regional Eleitoral do Pará, foi destacada pela secretária-geral da presidência do TSE, Christine Peter. O slogan é “Todo Voto Importa”.

Christine apontou a existência de “fake news” sobre o cancelamento automático dos títulos dos maiores de 70 anos que não votaram em eleições anteriores e afirmou que os documentos dos idosos continuam valendo.

“Nós não podemos falar de uma cidadania, de uma democracia plena, da construção plural, da construção de tolerância e de paz nas eleições se não chamamos, se não acolhemos, se não temos a presença da pessoa com mais de 70 anos no dia das eleições”, afirmou.

Horário eleitoral Os debatedores ressaltaram que, hoje em dia, os idosos podem ter um maior acesso às informações sobre os candidatos. Representante da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Vicente Faleiros lembrou que o horário eleitoral no rádio e na TV é ferramenta importante para os mais velhos.

“Apesar do voto ser facultativo, ele é um direito. Então as pessoas idosas não estão exercendo um ato colaborativo individual, elas estão no exercício de um direito fundamental, é um direito pétreo na Constituição”, disse.

Para o deputado Delegado Antonio Furtado (União-RJ), o ideal é que o eleitor mais velho procure candidatos que defendam as bandeiras da terceira idade.

“Se o idoso unicamente votar no artista da televisão, ou no pastor da sua igreja ou no amigo do bairro, será que ele vai ser bem representado? Será que esses candidatos têm genuinamente a pauta, o gosto, o amor pelo idoso ou eles só querem usar e se apropriar do voto do idoso?”, observou.

Um diagnóstico feito durante o debate é que, em geral, os políticos ignoram essa parcela da população e há poucas propostas para os idosos nos programas dos candidatos.

A procuradora de Justiça Yelena Araújo salientou, no entanto, que nas eleições gerais de 2018 os eleitores mais velhos foram 28 milhões, ou 19,41% do total, número maior do que os votos dados ao terceiro colocado na disputa

Visão de futuro O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, deputado Denis Bezerra (PSB-CE), também insistiu no estímulo à participação do eleitor com idade mais avançada.

“Que eles também tenham consciência de como estão votando, porque aquele simples ato vai implicar diretamente tanto no desenvolvimento de políticas públicas como na sua implementação", disse.

Para Bezerra, o País envelhece de maneira muito veloz. "Precisamos cada vez mais ter essa visão mais ampla de futuro, porque afinal de contas vai ser o futuro de todos nós que está em jogo”.

Yelena Araújo sugeriu uma capacitação dos mesários para o atendimento aos idosos, que muitas vezes são inibidos de votar por dificuldades com a tecnologia.

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