De acordo com o deputado Carlos Avallone, na próxima reunião da CST das Causas Indígenas deve ser ouvido o presidente da Funai, Marcelo Xavier.
Secretaria de Comunicação Social/ALMT
Desenvolvimento econômico em terras indígenas foi o principal tema discutido em reunião da Câmara Setorial Temática das Causas Indígenas na tarde desta segunda-feira (16). Participaram do encontro representantes da Casa Civil do estado, Funai, indígenas e vereadores.
A realização de atividades como turismo, agricultura e pecuária foi defendida pelos presentes como opção para independência de povos indígenas em relação às políticas de governo e como uma forma de melhorar a qualidade de vida nas comunidades. Um vídeo sobre a experiência de indígenas Paresi foi exibido, em que integrantes da aldeia mostram a produção de soja e outros produtos, enquanto argumentam que continuam preservando a natureza e a cultura indígena.
“O indígena hoje quer tocar sua própria história, próprio sustento”, disse o superintendente de Assuntos Indígenas da Casa Civil, Agnaldo Santos. “Os povos precisam ter o direito de escolher sua forma de desenvolvimento”, sustentou o presidente da CST, deputado estadual Carlos Avallone (PSDB), que vê com bons olhos a iniciativa dos Paresi. “Quando ele [indígena] quer fazer uma estrada, ele precisa ter o direito de fazer”, completou o deputado Gilberto Cattani (PL).
“Temos de mudar e acompanhar a globalização, trabalhar a terra que há muitos anos estamos protegendo, mantendo a cultura fortemente. Precisamos de melhoria na condição de vida, segurança alimentar, saúde, educação”, afirmou o vereador de Campinópolis Gininho Tseredzapriwe (PSDB). “A cultura não vai mudar, a cultura já tá com a gente. Vou continuar fazendo minha cultura, meu papel com a possibilidade de viver uma vida diferente”, acredita o cacique Paulo (Kayabí).
O coordenador regional de Cuiabá da Funai, Benedito Garcia, explicou que hoje é possível a realização da agricultura e outras atividades nas comunidades. “Temos uma instrução normativa em conjunto com o Ibama e a Funai que legaliza isso. São montadas cooperativas dentro das terras indígenas e só podem operá-las os indígenas. Os brancos só acessam para fazer manutenção de máquinas, mas quem opera os tratores são os indígenas. O lucro é dividido igualmente entre as pessoas ao final de cada safra”, disse.
“Temos várias ações para incentivar os indígenas a plantarem dentro das suas terras, não em grande escala, mas até para melhorarem a produção. A Funai incentiva a fazerem cooperativas, trabalharem com piscicultura, casa de farinha, comércio de castanha”, ilustrou Benedito Garcia. “A gente respeita a especificidade de cada etnia, se não quer fazer agricultura, pecuária, turismo, eles são livres para escolher”, completou.
De acordo com o deputado Carlos Avallone, na próxima reunião da CST das Causas Indígenas deve ser ouvido o presidente da Funai, Marcelo Xavier.
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